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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Lamentações na insone madrugada

Está quase frio em Cabo Frio. Isto eu gosto. Muita chuva ( nem tanto, só mantendo tudo molhado) e muito vento cantando nas folhagens, ao longe ouço o rumorejar das ondas do mar. Agora começam os cantos das aves e o céu a clarear.
Depois de horas revirando-me entre as cobertas, pensando, ou melhor, esquentando a cabeça, decidi levantar-me, começava a doer a cabeça, o coração pulsando forte em todas as artérias, parecia que ia explodir. Mas sair da proteção do local onde durmo não melhorou nada. Os mosquitos daqui resistem ao frio e parecem mais agressivos. Uso todos os recursos disponíveis, preciso saber de algo realmente efetivo. Penso que ir embora daqui seria a solução. Mas o investimento, principalmente financeiro para instalar-me e aos meus dependentes foi alto, não tenho condições de mudar-me novamente. Não tão cedo.
O cachorro chorão, esta noite começou mais cedo. E minha mãe ligou alto o rádio, não dá para dormir assim, mas não posso mandá-la desligar. Tenho medo do que faria. Ela sempre pode piorar o que está ruim. Ontem passou todo o dia simulando desorientação. Só em alguns dias terei certeza se é mesmo simulação de dia das mães, quadro compatível com tantas coisas que faz, mas como saber se "desta vez...". Deixou na duvida os outros filhos que telefonaram, assim como eu, imaginando que fosse armação conhecida, mas, e se...
Mandei há dois dias uma mensagem eletrônica aos meus irmãos explicando minhas dificuldades, o transtorno financeiro que produziu a aterrisagem dela em minha vida, a mudança de planos e o ônus que acarretou, era um pedido de ajuda para o custeio, e resolveram que, em um mes, mais ou menos ela começará um rodizio entre a casa deles. Melhora a carga, sem dúvida, mas fica o desespero, a sensação de erro : O que vim fazer aqui? Só me mudei para cá, transtornando os projetos das filhas caçulas, de irem morar com amigas estudantes e o meu de ir morar em minha mata, este inicio de ano, por causa dela, da mãe. E agora estou aqui, com custos mais altos do que seriam se a mudança fosse para a mata que amo, precisando voltar a trabalhar depois de aposentada, procurando emprego para manter a vida e pagar os emprestimos contraidos pela mudança, somados aos que fiz para reformar a casinha para onde ia e não fui, porque não comportava a mãe, bem aqui estou, arrasada em todos os sentidos e então eles propõem que ela volte à casa de minha irmã e eu não tenho como voltar aos meus projetos de baixo custo, porque seria agora alto custo. Fiz aqui o canil, ao invés de lá. Paguei taxas de seguro caução para a locação da casa, alem de tudo aquilo que custa em uma mudança. Quer dizer, os meus filhos pagaram tudo, com suas economias, mas ficou o compromisso de minha parte de ressarci-los. Não sei ser parasita, "beirinha". Atormento-me de perder o sono, na necessidade de pagar o que sinto que devo.
Sinto que os deuses me odeiam. Sinto que os mestres do universo me propuseram lições que não sou capaz de entender. De que adianta, então? Não se ensina trigonometria nas classes de alfabetização. É assim que estou. Perdida, triste, sentindo no corpo, nas artérias, em cada articulação e grupo muscular os efeitos das lições não compreendidas. Isto é punição. Mas aprendi que nenhuma punição é educativa se não for compreendida. Então os mestres são incompetentes. Para que isso tudo?

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