MOSTRANDO

SÓ PARA LEMBRAR, QUE ALGUMAS VEZES ESTOU POSTANDO NOS OUTROS ESPAÇOS DO SÍTIO, DAQUI. OU ESTOU ISOLADA EM ALGUM SÍTIO DE CÁ, FORA DO MUNDO BLOGAL.


Tenho postado AQUI ou AQUI

quarta-feira, 30 de julho de 2008

PUXA!

Hoje descobri algo que me desconcertou. Eu gasto um tempo enorme formatando o que vai ser postado no blog, para criar uma condição harmoniosa entre as partes, inclusive em relação ao conteudo ou elementos da barra lateral, subo e desço elementos, reorganizo. Hoje, quando pela primeira vez abro meu blog em outra máquina, descubro que aparece tudo diferente. Nem mesmo o título tem o espaçamento e disposição das letras conforme eu criei. Nem o tamanho da fonte. É como se fosse outro blog, com os mesmos textos. É que não tive tempo para investigar esse efeito...cataclísmico, nos outros, os de foto, que dependem mais ainda da disposição e tamanhos das imagens, já que são relacionadas, as da postagem com as da barra. Estou arrasada. (exagero).
Este conhecimento exclusivo do fenômeno é como o som da p´ropria voz. Ninguem jamais ouve a voz como a própria pessoa ouve. E serão assim com as outras ondas ? A luz, por exemplo.
Mas isto mais uma vez me leva a pensar ( aliás alguns conhecidos dizem que penso demais ,eu acho que as pessoas pensam de menos) na condição subjetiva da percepção. Nas condições de ilusão dos sentidos, da compreensão. Como vejo, ouço, sinto pode não ser tão assemelhado ao modo como o outro, as vezes aquele outro muito próximo, vê, ouve, sente. E não estou me referindo à interpretação, não. Esta então... Falo da percepção simples, organica. Sei que esta condição foi apresentada por diversos pensadores, mas uma coisa é ler a respeito, outra é estar dentro de uma simulação. Como ver em imagens digitais o que a ciencia diz que o daltônico vê . Ou o cão. Ou meu blog em outra máquina. E eu que pensava que as maquinas, o Html uniformizava e padronizava. Parece que no caso, o programa é padronizado e uniforme. A máquina que lê é que muda o modo de interpretar. Cabe analogia com nossa biomáquina?
Será o objeto da percepção o real? estarão os empiristas mais próximos da verdade ?
Portanto todo o discurso voltado para a compreensão do outro é mais do que abstrato, é vazio mesmo, já que de nenhuma forma e em nenhum momento posso ter uma idéia aproximada de como o outro experimentou aquele mesmo fenomeno que eu, mesmo quando vivenciado conjuntamente. Mesmo quando dizem que a realidade é contrução coletiva, pode não ser. É mais fragmentária do que eu jamais poderia supor. Agora terei que ir a várias máquinas para tentar descobrir a variedade e multiplicidade de padrões.
Começo a acreditar, não mais considerar como passivel de ser verdadeiro, mas crer como verdade, que as condições referidas como estados alterados de consciência, não são como uma construção de uma mente alterada por substancias ou alterações de Ph, mas como a leitura de fato, do fato, por uma mente diferenciada. Não mais o ceticismo do tudo é possível, mas a certeza de que tudo é possível. Fica muito nessas questões para refletir, temas para estudar com mais profundidade, mais coisas para experimentar.

O que está acontecendo ?

Outro dos blogs que frequento despedindo-se, afirmando talvez(?) ser apenas temporário, blablabla! E tambem queixando- se de dificuldades em postagens, imagens que não aparecem - isso estou vendo em muitos dos sitios virtuais onde tenho ido.
Que estranho mundo é este? Tão estranho ou mais do que aquele que penso que conheço melhor e onde sempre me assombro com o desconhecido. O improvável, que produziu ao longo da história do pensamento que conhecemos uma enormidade de reflexões." Mais coisa entre o céu e a Terra..."; quando afirmam que sobre o que não se conhece, deve-se calar, ou quando dizendo que só existe o que se conhece materialmente, ou ainda propondo uma navalha que exclua tudo o que não for essencial. Mas, penso eu, que sou especialista em "achismo", que me fundamento em "doxa", pois a "episteme" tambem não se mostra como absoluta, ou nunca entendi nada, acho, creio que devamos justamente nos debruçar, refletir sobre as perspectivas do improvável, do desconhecido. Meditar, pensar o eterno, não confiar nos principios primeiros da razão. Uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo sob o mesmo aspecto. Não é isso que a física de particulas está demonstrando ? E o que determina o que seja mesma coisa, mesmo tempo, mesmo aspecto? a subjetividade? a intersubjetividade? O hábito? A solidez se tornou insustentável academicamente. A palavra se torna signo deslizante. A ética flui entre os homens e culturas, sem sustentar o ethos.Ou será ao contrário? Por que de nossa autoimportancia? É a unica âncora em que acreditamos ?
Fala-se, propugna-se por novos valores, afirma-se uma nova era, como se nova era não fosse o que surge a cada novo instante de experiência de cada ente. Novas bandeiras, novas ideologias. Que tambem são repaginações das antigas, sempiternas.
Houve um principio? Haverá um fim? Ou fim é tão sòmente objetivo e não finalização, e todo objetivo é sempre devir. Liberdade, Paz, Felicidade estão em cada consciência, do consciente e do inconsciente, no Desejo e Vontade. Na ação e na potencia. E não é tão bom estar vivente com todas estas contradições para apreciar o Belo e o não Belo, estabelecer contato com o Sublime, superar limites, obstáculos, chegar aonde se descobre que é só o começo do caminho. Tudo é impermanente, tudo é e não é contraditorio, tudo é nada. Isso não é o máximo? E o min...

domingo, 27 de julho de 2008

De homens, cães e tecnologias

Ainda a pouco eu rolava furiosamente pelo gramado agarrada ao pescoço de um cachorrão. Não, não se trata de uma metáfora para alguma forma de sexo selvagem (ou na selva). Não escrevo por metáforas se não for absolutamente necessário. Não sou romântica nem romancista. Não sou filósofa, nem linguista. Trata-se de um relato de um acontecimento ou fato real. Por um erro de cálculo, deixei dois cães machos em uma parte do terreno onde havia uma fêmea que eu não imaginei que ainda estivesse no cio. E, é óbvio, eles entraram em luta mortal. Um grandão e um pequeno. Me agarro ao pescoço do grandão que sem soltar o menor, me derruba também e assim seguidamente até que uma das filhas chegasse correndo com o vinagre que, aprendemos, é a unica coisa que faz com que o cão abra a boca. Por não respirar, com o acido sobre o focinho. Estou com o corpo dolorido, não sou jovem e a forma física não está das melhores. Escoriações em joelhos e cotovelos. E pensando em como seria confortável se os animais fossem castrados. Como seria confortável se eu fosse uma pessoa de fé. Fé cega, como tôda fé, em algum sistema, na autoridade da igreja que diz que os animais foram postos no mundo para nos servir. (A mesma igreja que outrora declarou que Indios e Negros não tinham alma e, portanto poderiam ser escravizados). Ou fé cega no materialismo, onde não haveriam consequências para nossos atos alem dos propósitos imediatos. Fé cega em algum conhecimento, autor, ciência. Mas não. Penso sempre em diversas alternativas. Como a famosa dúvida de Pascal, depois retomada por Camus...se deus existe... se não...
Uma colega blogueira tem em sua página, uma figura com uma frase que diz "para os animais todos os humanos são nazistas". Pretendemos o direito de definir o que deve ser feito a eles que seja melhor para nós. Assim castramos os "animais de estimação" para que fiquem mais calmos. Inibimos sua função hormonal, tributária de seus processos instintivos. Que estima é essa? Só contratamos funcionários esterilizados? Há quem o faça. Considerada a questão reprodutiva, excesso populacional, que tambem aflige os humanos, eu, deusa superior do destino dos meus cães, obriguei-os a que fizessem vasectomia. Assim não reproduzem mais, mas ...brigam pela fêmea, reproduzem todos os demais direitos de serem cães e eu que me coloquei na posição de guardiã, nem sempre consigo guardar. Nunca posso reclamar de deus,(se é que ele existe, na dúvida...) Então ciclicamente, ocorrem portões e cercas derrubadas, necessidade de permanecer em casa, até que o ciclo passe. Lutas entre humano e cão por êrro humano.
Porque não tenho uma fé cega? ah! seria tão cômodo. Mas na aporia de minhas investigações céticas, permaneço.
Se a metempsicose for fato? se aquele cão for a reencarnação de um avô? ou do amigo da juventude que me procurando para conversar, num momento em que as atividades cotidianas não mo permitiam(?) e eu digo para que volte outra hora, e nunca mais voltou, suicidou-se a seguir, for aquele cãozinho que chorava em meu portão e que acolhi?
Se for fato não a metempsicose mas uma evolução continua dos espiritos, onde os animais domésticos estão proximos aos humanos para lograrem em uma próxima encarnação iniciarem suas jornadas em um nível acima, o nosso?
Se forem espiritos evoluidos que aí estão para nos ajudar em nosso desenvolvimento pessoal?
Se, se, se. Por não ter fé, suspendo o juizo, tento uma conciliação das possibilidades, uma síntese de teses e antíteses, históricamente hegeliana, moralmente kantiana, enquanto tento alcançar a criança nietzscheniana.
Questão de fé ou de loucura? Castração ou lobotomia?

sábado, 26 de julho de 2008

Andanças

Tenho andado muito, aceleradamente, sem sair do banquinho defronte ao desktop. Pegando trilhas, atalhos e estradas por blogs diversos, em diversos paises. Este tipo de descoberta de como são pessoas, de ciberculturas, o encontro de amigos que não se conhecem, e até de "mortes" on line tem sido algo de indescritivelmente proveitoso. E os superlativos não são para mim sòmente figuras de linguagem, ou são na medida que o uso pretende descrever o que de fato ocorre, a linguagem para construir uma figura. Não gosto muito de metáforas, não gosto de sentidos deslizantes, de termos que permitam várias interpretações. Acredito que a linguagem deveria ser instrumento para comunicação clara e precisa. Utopia, eu sei mas porque não tentar, pelo menos eu que acredito nesta utopia, vivenciá-la como se realidade fosse.
Conhecer este universo, a blogosfera, foi e tem sido uma experiência maravilhosa. Porque entre outras coisas me permitiu identificar ai uma representação clara de tudo que está fora dela, (ou quase tudo). Na verdade a principal é a (re)descoberta daquilo que é chamado natureza humana e que é definido como racionalidade. ( Contradição! acabo de utilizar ironia). E descubro em mim a necessidade de desenvolver a tolerância, pois que as vezes nem me creio humana, seria melhor ser mesmo um bicho, que age segundo instintos básicos e comunicação simples. Bicho onde a autopreservação ocupa lugar de destaque. Onde a intolerãncia com situações em que detectada a agressividade de terceiros se revela muitas vezes desmedida, mas sempre justa. Como saber qual medida é razoável? Sei que erro tanto nas minhas avaliações, que seria melhor ser mesmo só um bicho. Mas para isso tenho ainda que evoluir muito.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O Criador

Questões deste inverno

Todo mundo dessa vizinhança se queixando da Lei seca e de muita gripe. Que tal então tomar Pinissilina ?

foto:Patica Rezende

quinta-feira, 24 de julho de 2008

tudo como dantes...

Embora em outra encarnação e outra Ágora, volto a me cansar por defrontar-me com as mesmas questões de todo este ciclo. Uma renovação de fato dependeria de encontrar outros modelos de pensamento, outra construção cultural, menos arbórea, talvez mais rizomática. A magnifica percepção de Deleuze e Guattari aponta para um sentido da possibilidade de uma construção do saber não hierarquizada. A igualdade de condições do rizoma. Trocar a Ágora pela Ocara.

Saber ou Saberes

Após a passagem cultural da compreensão da existência através de mitos para o modelo denominado razão, estabelece-se uma divisão e hierarquização dos saberes, um estatuto da diferença, onde o modelo dominante do ponto de vista político, leia-se aqui, bélico, define qual dos paradigmas adquire estatuto de verdade, de uma verdade que será determinada e imposta aos outros modelos culturais, suprimindo, ou tentando suprimir, as formas de conhecimento divergentes. E não pode ser verdade aquilo que não foi compreendido como tal pela quase totalidade daqueles que confrontam aquela possibilidade. Verdade tem que ser universal. Enquanto parcela, não é verdade.
Desde a divisão ou repartição do conhecimento criada por Aristóteles ( porque até Platão e principalmente nos pré-socráticos, o mito ainda era integrante do conhecimento do mundo) que este modelo estabelecido sobre a razão vem sendo imposto e assumido como única perspectiva do homem para o atingimento da verdade e do conhecimento, pelo menos na parte do mundo que sucedeu a dominaçao greco-romana e posteriormente cristã. Dominação esta obtida não pela clareza de seus princípios, mas estabelecida pela força e violência, a partir de uma tecnologia de guerra e destruição desenvolvida pela aplicação dos idênticos principios ditos racionais. Assim se construiu o modelo que ainda hoje desenvolvemos, de multipartição dos saberes, de desconhecimento dos outros valores, mesmo aqueles incluidos no paradigma científico. A maior parte dos estudiosos de uma área de conhecimento nega-se a buscar em áreas paralelas ou complementares uma integração deste saber, ao contrário, pretende estabelecer o seu fragmento como a unica perspectiva possivel de atingimento da verdade, e que desta forma por estar incompleta, se torna capenga e não se sustenta. É sabido que as ciências são constituidas de verdades transitórias, fundadas sobre conceitos deslizantes, mesmo aqueles estabelecidos após respeitados os critérios cientificos. Cabe, creio eu, aos sábios de nossa era, pós moderna(?), a compreensão de que urge um novo paradigma, não mais excludente, mas inclusivo, só assim será atingido uma possibilidade de, integrados os saberes, alcançarmos uma cultura abrangente, não uma globalização redutora, de poucos princípios, mas ampliando-se infinitamente o horizonte e renovando as perspectivas de uma raça que vem tentando a auto-extinção fundando-se neste modelo claramente falível e falido.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

não sei o que dizer...

É a segunda vez que após eu deixar por escrito na postagem o problema, êle se resolve. O que dizer? Muito agradecida a sei lá quem quer que esteja fazendo isso. Agradecida, mesmo, de coração e razão. A menos que seja o mesmo alguem que tirou. Aí devolver não é mais que a obrigação.
(estava enguiçado desde o dia 17, eu já tinha tentado ...tudo.)

enguiçado

este blog ao ser aberto pela internet explorer, permanece no dia 17 de julho (postei pelo int expl, não aparece lá, só aqui). Quando vou pelo Mozila está respondendo às postagens e solicitações. Quando fui tentar corrigir o problema quase fiz desaparecer todo o blog, e que a custo, depois de quase dois dias, recuperei. Estou confusa!

perdidos...

Estou a 24 horas tentando descobrir o limbo para onde foi tudo que sumiu do meu blog. assim, puff. Quero minhas coisas de volta!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Especialização é solidão ?

Focalizar a atenção em alguma coisa faz com que a pessoa forçosamente perca uma enorme quantidade de outras. Experiências, aprendizados, pessoas, viagens. E, no entanto o modelo de sociedade construido pelo racionalismo institui a especialização como único modelo possivel. Decorrente disso é que cada vez mais as pessoas se isolam, passam a desconhecer a linguagem da outra, mesmo quando num mesmo idioma. Assim o significado de um termo é diferente dependendo da área de atuação daquela pessoa. E notem, uso pessoa e não indivíduo. Pessoa é entendido filosòficamente como um indivíduo dotado de razão ou como em Kant "o ser humano como fim em si mesmo" , além de uma enormidade de conceitos jurídicos, teológicos, - e por aí vai. De acordo com a especialização o conceito vai sofrendo transformações. Só que as pessoas não deixam de ser indivíduos. E que também vão se desindividualizando, quando tornando-se partes de grupos socialmente diferenciados por hábitos e sinais de identificação culturalmente determinados e excludentes, vão perdendo a noção de seu valor individual, submetendo-se sem crítica às influencias de modelos culturais determinantes e manipuladores. Especialistas. Grupos especializados. Em um tipo de música, de dialeto, a ponto de não mais serem compreendidos ou compreenderem os demais, fora de seu universo reduzido. Tal como nas ciências. Cada modelo de especialização se torna ininteligível para os demais muitas vezes até dentro das chamadas "grandes áreas de conhecimento!" Ciências Humanas, Da Saude, Tecnológica, etc. Um pesquisador não entende mais as especificidades da linguagem do pesquisador da sala ao lado. E então vem minha dúvida. Como compartimentar de forma estanque e subdividir saberes que são, na verdade todos pertencentes ao mesmo sujeito e agente, que vem a ser a pessoa. Mesmo quando êste/esta são ao mesmo tempo objeto de uma determinada ciência. Quando vamos perdendo a noção do todo, da complementaridade, a singularidade que deveria fazer parte de um modelo de participação, vai na verdade empobrecendo o singular. Quando os modelos de conhecimento nos apontam como indivíduos de razão, na verdade excluiram outras possibilidades de sermos mais-do-que-só-razão e ficamos mais pobres, vazios de possibilidades infinitas de Ser. Solitários, ao invés de participantes da totalidade. De homo sapiens nos convertemos em homo solus stultus

segunda-feira, 21 de julho de 2008

domingo, 20 de julho de 2008



"Céu e Terra não são bondosos.
Para êles, os homens são como cães de palha, destinados ao sacrifício.
O sábio não é bondoso.
Para êle, os homens são como cães de palha, destinados ao sacrifício.
O espaço entre o Céu e a Terra
é como uma flauta;
vazia, ainda assim, inexaurível;
soprada, mais e mais sons produz.
Porém palavras em demasia se esgotam ao serem proferidas.
O melhor é guardar o que está no coração."

(Tao Te King, V )

Saudades...

Este blog por intermédio desta blogueira que estava feliz hoje, comunica que está de luto pelo desaparecimento do Fart e da Sombra. Se não for possivel uma reanimação, que seja uma reencarnação. Ou pelo menos uma assombração.
Saudades eternas


Gifs e Recados para Orkut Gratis !

causa mortis: blogicidio









PRONTO!

sábado, 19 de julho de 2008

Bom Dia

Eu ia começar escrevendo - estou quase voltando ao meu normal - querendo dizer que "a crise" estava quase superada, quando então me dei conta que o meu normal, ou talvez de grande parte das pessoas seja justamente este ir e vir de emoções, esta oscilação entre extremos e que em algumas pessoas se torna mais evidente, por menor adaptação às mascaras das convenções sociais. E que se minha vida fosse plana, morna, não teria a menor graça. Admiro as propostas taoistas do caminho do meio, mas no meu caso , e sempre transporto tudo para meu referencial, o equilíbrio é uma força vetorial entre as oscilações dos extremos e que sendo estes, os extremos, equivalentes, a média vai ser sempre o meio, é óbvio. Taoismo à moda da casa. Bôbo, né, mas qual seria o prazer de se ter sempre verão, ou a noite? O anoitecer é lindo, assim como a aurora. Mas o que é mais especial é que cada momento traz embutido a promessa de outro. De algo além, de outras luzes, ou outras experiências, estéticas, sensoriais, vividas. Como estar nas montanhas, o que tanto gosto, se não ao lado dos vales e desfiladeiros? Como correriam os rios, onde estariam as cachoeiras? A beleza das montanhas é a profundidade dos vales, é o estender-se ao horizonte de outras montanhas. O mar calmo tem tambem uma certa beleza, mas o movimento das ondas do mar seduz mais. Uma tempestade é sublime. Metáforas? Com certeza. Hoje estou de bom humor.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

olhe de perto e depois de longe (4 metros,+-)


Se a visão, um dos nossos sentidos, pode nos confundir desta forma, como podemos esperar a verdade neste mundo em que vivemos? Muitos dizem saber, conhecer, e crêem poder determinar para o(s) outro(s) aquilo que viram, sabem, conhecem. A verdade? Ilusão. No bom sentido. Só que repletos pela vaidade por acharmos que temos razão (racionalidade), por sermos seres conscientes, levamos muito a sério a ilusão proporcionada por nossa percepção. Que mesmo sendo, na maior parte das vezes construção coletiva, como adequação do intelecto à coisa, não deixa de ser ilusão.

TAO-TE-KING - XVIII -

Quando se perde o grande Tao,
aparecem a moralidade e o dever.
Quando a inteligência e saber prosperam,
aparecem as grandes mentiras.
Quando os parentes próximos discordam,
aparecem o dever filial e o amor.
Quando os Estados estão em desordem,
aparecem os funcionários leais.

Do Tempo ( outra abordagem)

Sobre a questão do tempo, venho tentando aprofundar-me nas perspectivas que conheço, que são na verdade mais empíricas do que outra coisa. Assim tenho uma certa consciência de que o tempo mesmo quando científicamente determinado por instrumentos, ou seja o tempo do relógio, que de certa forma é o tempo histórico se torna fluido em função das atividades exercidas dentro deste tipo de espaço. Todo mundo sabe que namorar uma hora passa mais rápido do que uma aula de uma hora. Quando viajo, os dias e a soma deles é muito mais vasto do que o mesmo numero de dias se fico em casa. Em casa "perco tempo". Da mesma forma, a questão da linearidade histórica do tempo e a questão da relatividade. Passado e futuro. Da mesma forma em alguns estudos que apontam, dentro da perspectiva palingenésica,para o fato que este suceder de encarnações não teriam uma obrigatoriedade de participação no tempo histórico. Assim poderíamos experimentar uma vida no seculo XX/XXI e retomarmos do ponto que paramos, espiritualmente, para reencarnar, sei lá, no século III. Isso nos trás a perspectiva também de que tudo pode estar ocorrendo simultâneamente. Então quando determinados guias espirituais afirmam que "eu sou você" , não se trata sòmente de uma figura de linguagem, mas de uma realidade entre o infinito de possibilidade. Crianças, me ajudem a levar adiante estes pensamentos. (E nem cheguei ainda, em Heidegger ao "... e Tempo". Há dois anos que não saio do "SER e..."

acréscimo:
"Eis que nasceu o mundo maravilhoso,
num instante êle morre,
e num sopro se refaz.

Pela lentidão do nosso olho
E a rapidez da mão de Deus,
nós acreditamos no mundo."
( Mahabharata )

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Coisas por dizer

Voltei. Reinicializei (Urgh!) o programa, pés sob o corpo, em posição de lótus (à moda), para aquecer, e o poncho de lã, de São Tomé das Letras cobrindo tudo. Sem tensão. A liberdade da vida de aposentada é que posso dormir na hora e o tempo que quiser, só que ainda estou condicionada pelo ansiedade e angústia dos anos de trabalho intenso e estressante pela própria característica do que eu fazia.
Na verdade esta postagem é para minha leitora mais assídua (fora eu mesma) e que sempre comenta ao telefone ou email, ou batepapo on line, exceto em uma rara vez que postou sob pseudônimo, e que eu lerda como sempre, demorei a descobrir.
Minha querida "Augastes Lumachella"
Quando você afirma que meus filhos são pessoas maravilhosas e são, isto é unanimidade (benzadeus , na duvida, né, Pascal já dizia...), e atribui isso a forma com que foram criados, há com certeza uma parcela de verdade. Mas boas sementes não se desenvolvem em solo inadequado. Por boa criação entendido preocupação e cuidados quanto ao desenvolvimento físico, mental, emocional, espírito aberto para o desenvolvimento de suas potencialidades, transferência de informações, cuidados para que soubessem que eram amados, atenção máxima possivel dentro das limitações existentes pela condição de ser sòmente eu a provedora dos recursos materiais necessários, ter aberto mão de opções mais favoráveis ao desenvolvimento de uma carreira profissional, para que pudesse estar mais presente, são fatos, e seria hipocrisia negá-los. Mas volto a dizer que tudo isso foi muito menos do que êles mereciam, e, com certeza não mereciam aquela coisa que fez parte de nossas vidas por um êrro meu de avaliação e, êrro que como mãe/pãe não poderia ter cometido, e que pelos motivos que você bem conhece não pôde ser fàcilmente corrigido. Talvez isso, a grande compreensão de que foram capazes seja a evidência de que mais do que a minha educação as suas características pessoais são determinantes das pessoas que êles são. Por isso, não me cabe o mérito. Cabe a honra de ser mãe de pessoas fabulosas e o imenso prazer de compartilhar da companhia dêles e das pessoas que sàbiamente escolhem para compartilhar suas vidas.
Um grande abraço, e muito agradecida pela sua imensa generosidade.
PS: fica devendo a explicação de onde você tirou êste beija-flor, e por que beija-flor. Estou mais lerda do que de costume. Os algoritmos para extrair conclusões estão se embaralhando.
PS 2 : Tudo isto reflete minha imensa desorganização. Faço dois blogs destino um para a famíia, depois começo a misturar postagens. Parodiando um colega blogueiro , melánge di blogs (ao mr. Sir, ex tudo isso, sou fã atenta, dos blogs e dos conteúdos). Talvez, vou usar de auto complacência, o que chamei desorganização seja na verdade capacidade de adaptação às condições do momento e, criatividade.( Hoje estou boazinha comigo). E adoro parêntesis.

teclado doido III

vvxcdso só faltava a técnica definitiva, de uma boa saculejada no teclado. Melhorou alguma coisa. Como é possível eu ter que admitir que a violência tem aplicações práticas. Não, ôo anta, a violência foi aplicada onde faltou conhecimento. Se eu fôsse conhecedora de todos os recursos possíveis não teria me descontrolado. Teclado, representação da vida, vou fazer uma oração ao deus computador ( aliás na página de Mimi Aragon, "dois legumes", em sua lista de links consta deus, curiosa, cliquei - ah! como ainda me incomoda êste dialeto - e abriu a página do Google). Perfeito. Ou quase. Universo " tipo assim ó de Matrix ". Se este sistema de conhecimento construido a partir de combinações binárias é tão fantástico, ( quando alguém de minha geração, aos 15 anos, lá atrás, poderia imaginar estas possibilidades disponíveis ao médio idiota ) imagine os recursos de que dispõe o grande sábio que bolou o sistema adenina-guanina-citosina-timina, ou construir informação a partir de combinações quaternárias. Demais para minha mente que não consegue compreender nem aprender a usar o mouse - é, clicar sôbre imagens- e do teclado - melhoraram alguns problemas, mas não consigo apagar só uma letra, apaga tõda a palavra.
Quando decidi sair da cama para escrever, já que havia acordado e sei que não volto a dormir fácilmente, consequência de décadas de condicionamento, era para dizer de outras coisas que estavam ocupando a mente, então encontro um teclado "possuido", despossuo o autocontrôle, por não possuir a techné necessária, perco, é lógico, dissolvida pelo excesso de adrenalina o que pensava postar, e aqui estou, ficando com sono, preocupada porque esqueci - não, fiquei com preguiça de sair - de comprar a ração dos cães, egoismo, que para compensar me fará sair cedo, para ir buscar tão logo a loja abra, as 7.30, já que eles foram habituados a comer cedo, antes que eu saísse para o trabalho, e hoje aposentada vou ter que bla,bla,bla. " Querido diário" . Tudo isso na verdade remete a questões morais e éticas que são discutidas ao longo da história da filosofia, das religiões, da antrologia, ou sejam, se o aperfeiçoamento de cada um de nós é função necessária, se princípios morais são impostos para favorecer a dominação, então o aperfeiçoamento seria justamente livrar-se do jugo da moral. Volto para a cama, refletir sôbre as questões levantadas, ponto por ponto, senão esta postagem ficará maisdoqueimensa, e além do mais aqui é muito frio. Os dedos ( os quirodáctilos) começam a ficar gelados. (E também os pododáctilos dentro de dois pares de meia)

teclado doido II

QUEro fazer isto funcionar conforme era antes.J[a apertei t"oda combina;'ao de teclas possivel, agora o back.. apaga duas letra de uma s[o vez os acentos imprimem a tecla seguinte, nem com toda (haha, sem acento) aten;'ao possivel d[a para escrever algo. manual de instru;'ao espa;o pula linha isto [e t[ecnica parece coisa do demo, e n'ao minha estupidez.

Teclado doido I

Estou "passada" .Tanta coisa passando, preciso manual de intrução do teclado, êl esta cm vida própria, de repente azula a palavra inteira e apaga, quando eu só quero inserir uma letra que pulei,quando dou espaço apaga a letra seguinte, essa hora do dia, ninguem da família pode ajudar, a turma dorme, só a ret. aqui que perde sono, com tantas coisas par escrvr pensar, assim pensamentos ficam mais truncados do que já são em minha mente. Vou para o papel.E pensar em faze cursinho de usar esta droga...nao nem pensar, que sacpDroga, só para rir daqui a 10 anos vou pstar estaporcaria. Só que daqui a 10 anos não vou ler em dela, vou aproveitar a madrugada e imprimir tudo. Putz, não dá. A droga da impressora é barulhenta vai acordar a cachorrada e vizinhos não merecem insonia da velha do lado. Pronto, perdidos as coisas que queria escrever.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

" Brahma disse :


-Mesmo depois de ouvir dez mil explicações
um tolo não se torna mais sábio.
Mas um homem inteligente só precisa
de duas mil e quinhentas."
( Mahabharata )

Poder de Maya

Estou me sentindo tão ridícula, hoje. Primeiro por ter me permitido ser assolada por vagalhões de sentimentos impertinentes. E por ter ainda a necessidade de controlar certas emoções. Eu não teria que permitir ou não, a invasão de paixões de um espírito descontrolado. Por espírito aqui entenda-se mente, razão e emoção. Já deveria ser algo intrínseco à minha natureza, a ataraxia, e que eu pensava possuir. Então, várias desmedidas, e êrros de julgamento, quando eu cria nem mais fazer parte de minha vida julgamentos. Tão sòmente análises. E, súbitamente sou assolada por furiosas emoções, revoltas, raivas. Uma vergonha! ( muitas vergonhas).
Em segundo lugar, pela exposição dos sentimentos, confissões públicas, se bem que nem tão públicas assim pois que poucos leitores tenho e esses poucos se mostraram amigos nesta crise, e afinal, amigos são para essas coisas,não é mesmo, mesmo que só os conheça da rede. E quanto ao teor pessoal, confessional, não são assim as poesias ? ( tento me confortar, nas minhas fraquezas ).
Em terceiro lugar, e esta é a pior de tôdas, como é que alguém no meu estágio de vida pode sentir... Não, isto é demais, foi difícil confessar até a mim mesma, ainda não posso expor. Aquí minha autocrítica tem que intervir, radicalmente. Tenho que exercer o juizo. Este sentimento novo/ velho que vem insidiosamente me acometendo, é outro que eu tambem julgava ter expurgado, ante a impossibilidade do surgimento de um novo objeto de referência, e absolutamente implausível. Vaidade...Não a relativa ao corpo físico, esta exerço pelo inverso, mas ao corpo mental.
Chegando ao final da página eis que descubro um quarto motivo para sentir-me ridícula. É o fato de ainda sentir-me ridícula, não estar livre também deste sentimento. Tenho muito que caminhar e aprender. Que a Natureza/Deus, me conceda vida longa para que eu possa, quem sabe, aprender lições elementares.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Revisão

Um rápido e superficial mergulho no inferno ajuda a não esquecer que o inferno existe sim, mas que é possível escapar, pois eu escapei um dia. Deixei para trás a falta de esperança, de perspectivas. E a dor, que de psíquica se converte em doenças e dor física. Trata-se de um alerta, uma necessidade premente de redobrar a atenção pois em algum lugar pode estar disfarçada, escondida, uma outra porta de entrada. Entendo a realização pessoal de Sísifo, a satisfação no transportar de novo e de novo, sua pedra, pela eternidade, estava fora, não deixa de ser um grande ganho.

Convalescendo

A tristeza vai passar, está passando. Agradecida a vocês que sabedores do que acontecia ao lerem algo tão pessoal me telefonaram, plenos de carinho e solidariedade. Ao relatar, diversas vezes em detalhes o real, se é que existe real, que tudo não é só produto de minha imaginação e coincidência da imaginação de um coletivo de pessoas, viventes no mesmo tempo/espaço, ou será que nem viventes somos... Mas foi-me proporcionado um rápido expurgo da raiva, tanto que fiquei até questionando se não deveria deletar o que havia escrito. Mas se o blog ocupou o espaço do " querido diário" e dele eu nunca rasguei páginas, e apagando "acontecências", por não saber quem sou, se sou só imaginária, apagaria uma parte do que sou, seria um tanto menos ainda. Então fica relatado o desespêro. E quem sabe eu até volte a visitar alguns blogamigos, pois desde o acontecido, drama fimdessemanal, que não saio de mim mesma, não quero saber do outro, dane-se o outro ( desculpem-me "outros" afinal, menos cameliana um pouco voltei minha ética para o agir para...nada). Mas o fim-de-semana foi apenas ante-ontem, nem deve ter sido notada minha ausência. Ausência de "ninguem". A única coisa que já havia deletado foi o clipe com a música cuja letra, falando do desespêro fazia menção a "quem cuidará de mim " isso, mesmo nesta fase, é um pouco demais para mim, pois mesmo carente, e sou ( minha auto-suficiência é "fake"), não consigo assumir a necessidade de ser cuidada, pois a auto-suficiência imaginária, de tão imaginada se tornou constitutiva do realimaginário. Assumir em público uma necessidade de carinho, de forma direta, se torna impensável. Só assim, fingindo que não quero, que não necessito. De outra forma fico envergonhada. ( Como se só o fato de ter assumido um blog com conteúdo pessoal, confessional, não fosse uma assunção pública de que estou necessitada daquilo que finjo não querer). " Se guardo as mãos distantes do meu peito..." A única coisa que não deixa dúvidas é esta contradição aparente entre o que represento, entre os diversos personagens escolhidos em cada fase da representação da existência.
Ainda preciso de tempo para reorganizar minha mente-solidão. E decido que volto aqui com o tal clipe, pois no futuro histórico de minha vida, será bom recordar o que foi, o que fui construindo de mim.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

UM SONHO...(desfeito)

V
A
D
E
RETRO
~
X
~

Dona sra. Urtigão,

(alcunha:Nemo)

A VOLTA DA FORÇA DA URTIGÂO. ( Ou a vitória parcial do mêdo.)

Sairei daqui, continuarei visitando blogs, mas ninguem me verá. Se amigos fiz, serão benvindos, sempre, incondicionalmente. Se não...nada posso fazer. Novos, só se forem trazidos por algum que já o seja. Não há como violentar-me. Quando eu tiver algo a comentar sôbre o que estiver vendo, será aqui que o farei. Motivo? administração interna de meus defeitos.

revendo...

Revendo o que escrevia em outros tempos da minha história, vejo como a abordagem da vida progride ( sem positivismo, mas de certa forma positiva) ao longo de nossas experiências acumuladas. A agressão (assédio moral) de que fui vítima ontem, o agressor contumaz, ao vivo e a cores, atingiu, sim e me faz chorar, mas devido a distância havida no tempo e no espaço, não produz mais desespêro, pois aprendi que a própria existência confere rumos não esperados e de certa forma nos conduz. Será isso uma Providência Divina ? O que então não tinha solução, hoje é só experiência que permite um exercício superior da razão cogitativa. Por isso, pelo passado e pelo presente, reafirmo, sou feliz. Tenho tudo para estar feliz. Mesmo que aos prantos.

Parodias - XXV

(1985)
Minha tristeza tal é
que não tenho como ir adiante,
trago para os filhos as desgraças
buscadas por estas lidas,
tragando ares de espanto
conservarão este sangue

Minha tristeza tal é
que coisa alguma pode alterar
sòmente a vida que tenho
para dever conservar,
aqui todos são irmãos
de dor pelo êrro da mãe.

Minha tristeza tal é
por não poder consertar,
trago presente em meus traços
o que lhes faço de exemplo
cobrindo-se assim de agonias,
vão ser tristes tambem

Minha tristeza tal é
que não tenho máscara alegria,
como não posso fazer
um milagre de coragem e fuga,
trago aqui uma esperança,
o fim do tormento ou da vida

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS PLANTAS

A Declaração Universal dos Direitos das Plantas, concebida pelo professor universitário Adalberto Bello de Andrade é a seguinte:

Art. 1º - Todas as plantas nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Art. 2º - O homem depende da plantas e não podem exterminá-la. Tem obrigação de colocar a seu serviço os conhecimentos que adquiriu.
Art. 3º - Toda planta tem direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem. Se a morte de uma planta for necessária, deve ser precedida de cuidados para o transplante da espécie.
Art. 4º - Toda planta pertencente a espécie selvagem tem direito a viver livre em seu próprio ambiente natural terrestre ou aquático e a reproduzir-se. Todo corte de planta, mesmo para fins educativos, é contrário a esse direito.
Art. 5º - Toda planta pertencente a uma espécie ambientada tradicionalmente na vizinhaça do homem tem direito a viver e crescer no ritmo e nas condições de vida e liberdade que forem próprias de sua espécie. Qualquer modificação deste ritmo ou destas condições, que for imposta pelo homem com fins mercantis, é contrária a esse direito.
Art. 6º - Toda planta escolhida pelo homem para companhia tem direito a uma duraçfão de vida correspondente à sua longevidade natural. Abandonar, esmagar ou queimar uma planta é ação cruel e degradante.
Art. 7º - Toda planta utilizada em ornamentação, principalmente em recinto fechado, tem direito à limitação razoável da permanência desse ornamentação, bem como à adubação reparadora, água pura e ar natural.
Art. 8º - A experimentação vegetal que envolver sofrimento físico ou dano irreparável à planta é incompatível como os seus direitos, quer se trate de experimentação médica, científica, comercial ou de qualquer outra modalidade. As técnicas de enxertia que visem à presevação da espécie devem ser utilizadas e desenvolvidas.
Art. 9º - Se uma planta for criada para alimentaçào, que o seja em solo previamente preparado, utilizando-se técnicas e elementos que permitam o seu crescimento natural, e que jamais alterem o sabor característico da espécie ou acelere a maturação dos frutos. Se uma planta for criada para transformação, seu corte deve ser precedido do replantio de, no míimo, 10 unidades da sua espécie.
Art. 10º - Nenhuma planta, fruto ou semente deve ser utilizada para divertimento do homem. As exibições de maneira imprópria ou chocante são incompatíveis com a dignidade da planta.
Art. 11º - Todo ato que implique a morte desnecessária de uma planta constitui biocídio, isto é, crime contra a vida.
Art. 12º - Todo ato que implique morte de grande número de plantas selvagens constitui genocídio, isto é, crime contra a espécie. A poluição destrói o ambiente natural e conduz ao genocídio.
Art. 13º - As cenas de violência contra plantas - cortes, derrubadas e queimadas - devem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se tiverem por finalidade evidenciar ofensa aos direitos das plantas.
Art. 14º - Os organismos de proteção e salvaguarda das plantas devem ter representaçào em nível governamental. Os direitos das plantas devem ser defendidos por lei, como os direitos humanos e os direitos dos animais.
(*) Publicado no Jornal do Brasil de 20 de Novembro de 1988

domingo, 13 de julho de 2008

Vivendo ...

Dura, muito dura a lição de hoje. Faz com que eu não queira aprender mais nada. Desejos de estagnação. E eu que pensava que...

A força da história pessoal

Hoje não fui ao baú, não visitei letras do passado, não revi velhos amigos, não fui a nenhum dos lugares que gosto. Hoje tive um confronto direto com a maldade. A mesma maldade que me atormentou no passado. O mesmo autor, ator, causador da Dor. Me sinto destroçada. Um duelo verbal que atingiu várias das cicatrizes, fazendo sangrar, novamente. E acreditava que isso não seria mais possível, que nada assim me atingiria, que estava imune, forte o bastante para o combate, qualquer combate. Saí de pé da arena, não me rendi. Mas não sei como cicatrizarão e se suportarei os ferimentos.

Nemo

Hoje penso em mudar meu nome para Nemo. Penso ser nemo. Sou.

Outra:

Sabem de uma coisa que me irrita (entre tantas, hehehe) ? O tal do "beijo no coração". Sei a intenção : agraciar o representante metafórico da emoção. Mas, 1º) exclui do carinho o todo que a pessoa é. Então minha razão não merece beijo? meu corpo físico também não? Não sou capaz de compreende um carinho parcial. 2º) convenhamos, o coração é um órgão que não para quieto e que para ser acessado implica em agressão ou violação da integridade do corpo e...sangra. Urgh! nojento !

Hoje

Superficialidade. Rapidez. Espetáculo. Quantidade. As relações humanas estão regidas cada vez mais por valores fundados em questões que promovem o desconhecimento do outro e principalmente o de si próprio. Os olhares não se fixam, passam ràpidamente. E quando falo de olhar não me refiro sòmente ao ato mecânico exercido pelo aparato da visão mas a conjugação deste mesmo ato com a sensibilidade, a razão, e até, porque não, a espiritualidade. A atenção. Isto, a falta de atenção, é o motivo principal pelo qual os fatos que ocorrem no mundo só importam quando ocorrem em nosso quintal. E a comoção dura apenas o instante entre êste e o próximo espetáculo. A dor alheia é ... alheia. Não é sentida, não se experimenta a compaixão. ( passio = sentir, co = junto ). Pode ser apreciada quando faz parte de um conjunto das necessidades de atenção às nossas carências. Da mesma forma o prazer, tornando-se efêmero, será sempre insuficiente para a satisação de nossas necessidades constantes. Trocamos o aprofundamento nas relações, no conhecimento por uma busca do que está aparente em cada fenômeno. Não nos detemos em nada,e para nada. Passamos ràpidamente por tudo numa busca incessante de mais. E nem percebemos que o muito está contido naquilo que mal olhamos. Há quantidade tanto na profundidade quanto na abrangência. E a qualidade, que negligenciamos, ah! Isto está em cada um de nós, e jamais no exterior. Por isso não atingimos a felicidade.

sábado, 12 de julho de 2008

Breve história de minhas fotografias


Abrir o baú trouxe consequências. Vira e revira, acabo estruturando outro blog para apreciar as fotos que estão guardadas ( e outras que farei). Gosto muito do meu jardim fotográfico. Tanto o prazer da busca pela luz e pela cor perfeitas, e sempre inalcançáveis, quanto do apreciar depois. Rever álbuns. E ainda uso recursos que já são tidos como obsoletos. Não tenho nenhum tipo de máquina digital. Uso filme, em uma câmera Zenit 11. Para postar, uso um scanner do PC de minhas filhas, transporto por e-mail para o meu arquivo e só então posso apreciá-las no ecram. Decidi que não farei nenhuma alteração, nem mesmo zoom ou recortes. São como são e é assim que gosto delas. Em algum momento do futuro, quem sabe, se adquirir o meu objeto de desejo, que ansiei por tôda a vida, câmera com recursos a mais, lentes diversas, filtros, e passados tantos anos já acrescento, tecnologia digital, não me recuso a novas linguagens. Mas até hoje todos os recursos produzidos e obtidos pelo meu trabalho, foram para a manutenção da família, como quando com reservas feitas para a câmera, a geladeira morreu, sem chance de UTI, e outras situações semelhantes. Mas nada disso tem interêsse para ninguem, apenas justifico, de mim para comigo. São uma das fontes do meu prazer.

Indecisões

Postei, tirei, guardando no rascunho, postaram um comentário que deconsiderei, não pelo comentário, mas pelo meu texto e agora o comentário desapareceu, não sei como encontrá-lo no limbo da rede onde vão parar tantas coisas que tento fazer na máquina ( desculpe-me Ubbalda! ). Durante o período da insônia, sem paciência nem para ler, (óóóh!), postei de novo e armazenei, mais uma vez. Coisas estranhas estão acontecendo, embaralhei as coisas, não consegui coerência nos meus projetos de incoerência. Estou fixada em um personagem, eu, que nem gosto de ser fotografada, não porque me roube a alma, mas porque me crie uma almaimagem diferente de como me vejo. Eu não me vejo, não me escuto, pelo menos não como os outros o fazem. Estranho a minha voz gravada, estranho minha imagem gravada, não me lembro de jamais ter sido assim, de quem me lembro era outra figura. Não gosto de quem passou em quem fui por muito tempo, de quem viveu em meu corpo enquanto eu procurava quem sou, mas nem sou, estou sòmente, desta ou daquela forma, tudo o mais é um mistério. Onde estão aquela criança, aquela jovem ? onde está aquela que sofreu, e que se desprendeu? quantos corpos eu vivi, quantos pensamentos pensei, onde foi parar tudo isso ? com certeza, não no limbo da máquina. Está tudo solto por aí, convivência simultânea de múltiplas possibilidades no tempo e no espaço... ou está sepultado na história apenas revisitada pela seletiva memória?
Êste é o segredo das palavras. Impõem uma coisa como se verdade fôsse. Por isso o mundo foi feito a partir do Verbo, o Logos. Quantas palavras em quantas memórias constróem uma mesma pessoa. Que jamais será a mesma. Depende do ponto de vista.
Aquela postagem ? vou anexar aqui, entre aspas. Não estou sabendo perder nada. Mesmo quando perder significa ganhar. Mesmo quando o haver não tem nada a ver, nem mesmo algum interêsse.



"Depois de viajar no mundo virtual pela Floresta Amazônica, especialmente a região do Acre, fui visitar alguns amigos de outros tempos em seus blogs. Viagem sombria, não pelas lembranças que poderiam aflorar de uma época de vivências que seria melhor sepultar, ou melhor incinerar.( Melhor um pouco de CO2 a mais na atmosfera, do que o solo da terra contaminado com tanta tristeza. Afinal, tradicionalmente, o fogo é agente de purificação ). Mas não foi êste a motivo do dissabor que me assolou.
Falo de perspectivas negativas para a existencia na Terra. Não só das perspectivas decorrentes dos danos que estamos produzindo ao nosso ambiente. Mas de algo que se considerarmos verdadeiro, é muito mais trágico. Não estou sendo clara, eu sei.
É como se evitando falar dos meus fantasmas êles desaparecessem. Como uma criança que se esconde tapando os olhos. Como uma avestruz. Não deveria ter olhado para o que não quero ver.
Acho que ficar mais de cinco dias sem andar pela mata prejudica minha razão, afeta minha sensibilidade. E esta semana não posso ir, pois alguns precisam de minha presença por aqui. Mas uma voltinha só, por perto mesmo, respirar o cheiro de terra molhada, ver o brilho dos raios de sol por entre as folhagens, minúsculos arco-iris em gotas de orvalho, isso eu posso. Nas matas da minha serra. Não preciso ir a outras serras, mesmo que estas estejam cheias de lembranças de coisas que gostaria de não mais recordar, mas a mata é justamente renovação."

sexta-feira, 11 de julho de 2008

FLORESTANIA

Sempre a ignorancia de algo nos faz enrubescer. Foi assim recentemente ao ouvir pela primeira vez um têrmo que eu desconhecia. Passei então minhas horas livres dos dois últimos dias tentando minimizar minha ignorância. Embora eu tivesse introjetado o conceito, de sustentabilidade, de estudos da Floresta Amazônica, desconhecia o neologismo "florestania" e que nem é tão novo assim. Surgiu a mais ou menos 10 anos a partir de uma analogia com o termo cidadania e suas prerrogativas, aplicado à especificidade da sustentabilidade da Amazônia. Quem, como eu tiver interesse, sugiro uma visita virtual (o bom seria presencial,né ) à Biblioteca da Floresta Marina Silva e ler o artigo de Toinho Alves, que explca origem, conceitos, aplicabilidade. Quanto a mim, volto para lá e outros links, para me aprofundar mais. Nas letras, já que por hora não posso me aprofundar na floresta.
(atalho: voce pode clicar no título )

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Do Baú

Fui procurar entre caixas e caixas de fotos, uma determinada que eu queria digitalizar para uma outra postagem de outro blog, não encontrei, encontrei outras, pois me perdi em lembranças, considerações, reflexões. Viagens pelo passado e que sempre apontam para novas possibilidades do presente/futuro.
Mas encontrei a foto da Branca.
Cansada de tantas mudanças, e talvez se sentindo velha demais para novamente enfrentar o desconhecido, ou porque gostava demais da sua vida, mais do jardim do que das pessoas, quando viu que mais uma vez encaixotávamos tudo, mudou-se para a varanda dos vizinhos. Inúteis as diversas tentativas para buscá-la, escondia-se mal chegávamos. Permaneceu no mesmo jardim, mais uns poucos anos até que desapareceu de vez, dos nossos olhos. Sábia Branca.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Desilusão

É realmente incrível como eu ainda me deixo iludir por palavras ou pessoas. Tanta experiência, tanta desilusão acumulada e às vezes ainda acredito em discursos bonitinhos, até "linko", ou recomendo; que vergonha, ó, " tô vermelha de vergonha".
Eu, que sou contraditória, que permaneço na busca de meu eu maior, aquele a ser atingido, estou com vontade de soltar um monte de palavrão, e não são palavras grandes, não, é......... , e..........
Ééé, " irar-se é vingar-se no próprio corpo dos êrros dos outros ", sei lá onde li isso. Mas calma, caalmaa, caaaalmaaaa. Tranquila, respira e solta, de novo, burrice dá em todo mundo, deixe a vaidade em alguma caixa, daquelas que voce esquece quando de mudança. - Corrija, apague, pelo menos os links tolos -(já fiz)- se alguem atravessou, peça desculpas.
Mais do que a burrice alheia, me irrita a minha própria. Bem feito, quem mandou ficar se achando melhor do que outros que se debatiam com as mesmas questões. Tropecei nas minhas próprias pernas, de novo.
Sou burra, burra! E os burros e asnos não merecem que minha estupidez seja adjetivada pela sua denominação.
Sigo em frente!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Tempo

Sou uma velha, mais velha do que sou. Não estou conservada em botox, tintas ou cremes. Estou curtida pelo sol e pelo vento, pela dor e pelo mêdo. Estou feliz.
Não tenho pressa em ir para a outra esfera da vida, pois sei que irei. Tão bom quanto chegar, é a travessia.
Não penso, como Agostinho, estar encarcerada em um corpo, mas sinto este corpo como instrumento para minha alma. É verdade que às vezes um pouco desconfortável, mais como uma roupa que incomoda, ou está apertada. Permite adaptações.
Sou pó, e o que escrevo é muito, muito menos do que palha, pois palha foi o que disse que havia escrito o Dr Angélico. E o que faço é menos do que a menor partícula conhecida e por conhecer, neste Universo. Nesta escala gigantesca sou invisível, massa esvanescente. Meu tempo é menor do que a menor fração do tempo, mas enquanto meu tempo, é também eterno, tal como em um paradoxo de Zenão.
Mas enquanto estou vivente , sou capaz de interferências, mobilizações, nesta esfera de experiências. Como origem de movimento, tal como um efeito cascata,faço acontecer, promovo diferença, ou mudança, pelo simples fato de existir. Ocupo espaço vazio, com o vazio do meu corpo, mas sou matéria. Sínolo. Pó e Sôpro. Potencia e Ato. Existir e Devir. Sou mais do que anjo, pois desencarnados êles não podem experimentar dessa matéria, não podem saber o que eu sei, mesmo que sôbre a dor. Deus encarnou-se.
Vida, anverso e reverso da morte, sendo duas são no entanto una, uma só manifestação, pois que são base e fundamento da existência, e eu existente, ente, aí estou situada, universo ôntico parte do multiverso, do incognoscível.
Para aprender.

Eu ainda não contei ...

Sabem que eu não tenho sossego, ou, por ser quem sou, vivo procurando o lugar onde eu me sinta em casa. Só que isto acontece em muitos lugares que vou, exceto nas cidades-grandes, onde eu gosto de ir, de passagem. Ver, utilizar e ir embora logo. Quando digo utilizar, significa ir a algum museu, galeria, apresentações musicais tais como shows ou concertos. O ultimo concerto, na semana que passou, foi da brilhante violinista Constança Almeida Prado, acompanhada pelo piano de Sarah Higino, com um repertório variado, de Mozart e Brahms a Chiquinha Gonzaga e Piazzolla, incluindo composições do maestro Almeida Prado, pai da Contança,( e que tem como mãe a pianista Helenice Audi, tambem de renome internacional). Bravo! Fêz a platéia sair com um sorriso de quem havia passado para ou por outra dimensão. Técnica e sentimento.
Mas o que vim aqui contar não é isso, pois música tem que se ouvida, se bem que nenhuma narrativa sôbre nada é fiel a algo. Pode até ultrapassar, pelos recursos poéticos e dramáticos ou pictóricos, a experiência, mas jamais igualá-la, pois serão sempre percepções diferentes.
O que eu vinha contar era sôbre um passeio ao Matutu, no município de Aiuruoca, sul de Minas. Mas o texto acabou longo então, por enquanto, só algumas poucas fotos do lugar.

Vale do Matutu



segunda-feira, 7 de julho de 2008

LVI

( Lao tse)

O que sabe, não fala.
O que fala, não sabe.
É preciso manter a boca fechada
e cerrar suas portas,
embotar sua perspicácia,
desfazer os pensamentos confusos,
moderar o seu brilho,
e pôr em comum o que se tem de terreno.
A isso dá-se o nome de união misteriosa com o Tao.
Quem a tem não é influenciado pelo amor
e fica insensível ao frio.
Fica insensível ao lucro,
fica insensível à perda.
Fica insensível à glória,
fica insensível à condição de inferioridade.
É por isso que ele é o mais glorioso sobre a Terra.

Confissões

Tive ideologias, carreguei bandeiras, rasguei o peito, deixei exposto meu coração. Atrapalhei a vida, desejei morrer, tive dúvidas, remodelei conceitos. Tornei-me voluntàriamente reclusa, renovei os personagens com os quais me apresento, não troquei as roupas. Venci, perdi, experimentei, usei da vida como possível. Quero mais. Observar de longe. Ver a chuva sem me molhar muito. Andar na tempestade e me molhar muito. Experimentar um pouco da covardia, pensar antes de agir e agir sem pensar... Fugir, sem a culpa por não lutar. Lutar. Outros caminhos, trilhas, estradas, sem perder o rumo e sem saber que rumo tomar. Sem esquecer por onde andei, e andar, e voltar, pois é sempre uma nova estrada. Mudar de opinião, contradição, viver muito para que mais e mais se tornem possibilidades. Potência e ato.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O Profeta Gentileza




..............................................( DÊ UM CLICK NO TÍTULO, E VÁ AO MUSEU VIRTUAL DO GENTILEZA )

Um bom fim de semana para todos

Nem sempre falar importa. Como ouvimos é o que determina o processo.


ABSTRATO
De nada valeram amuletos,
mandingas, orações.
Velas que acendo, a santos
de tôdas as religiôes.
De nada me serviu a razão,
experiência, comprovação.
Não adiantaram confissões,
tormentos, neurociência,
e nem a Divina Providência.
Juramentos, mêdo, dor,
idade, seja lá o que for.
Ironia, filosofia,
prosa ou poesia,
surge um segrêdo assustador.
De novo a impaciência,
a espera angustiada.
-Será que êle virá
à minha tela de plasma?
Novamente apaixonada.
E desta vez é por nada,
melhor, por um fantasma.
Racional, digital, virtual.
Corto o mal pela Raiz?
Como não sei bem
o que fazer, não fiz.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Das palavras

Provàvelmente por estar afastada do meu nicho, por estar envolvida em outras atividades que não aquelas que já havia estabelecido como essenciais, e não com aquelas que de fato me trazem felicidade e prazer, tenho pensado demais na questão das palavras, da linguagem. Não só pelo aspecto filosófico, os jogos de linguagem, Wittgenstein, Austin, mas principalmente no aspecto sensível e pessoal, como as palavras nos prendem, controlam. Como usadas como metáforas, são esvanescentes, inconstantes.Como são, na verdade cruéis, mesmo quando utilizadas sem maldade. Como servem às vaidades. E aí ao dar uma passada pelo orkut (é, a velhinha ao redescobrir os instrumentos da contemporaneidade resolveu também experimentar esta ferramenta), numa comunidade sobre Literatura Indígena, da Eliane Potiguara e assinada por "Loira" encontrei o que transcrevo:

"Diz a sabedoria indígena que quando não cumprimos o que
prometemos, o fio de nossa ação, que deveria estar concluída e amarrada em algum lugar, fica solto ao nosso lado.

Com o passar do tempo, os fios soltos enrolam-se em nossos pés e impedem que caminhemos livremente...

Ficamos amarrados às nossas próprias palavras.
Por isso os nativos têm o costume de"pôr-as-palavras-a-andar" que significa agir de acordo com o que se fala;
isso conduz à integridade entre o pensar, o sentir e o agir no mundo e nos conduz ao Caminho da Beleza onde há harmonia e prosperidade naturais."

E nós, nos achando civilizados, insistimos em impor nossa cultura.

Jogos de vida

Muita gente amanhece triste hoje, afetados pelos pênaltis que não corresponderam aos desejos do povo. Os jornais televisivos irão dispender um espaço enorme em análises de um jogo. Mas pouquíssima gente irá refletir sobre a tristeza de um povo que está perdendo muito mais que um jogo, está perdendo sua vida, suas terras, ocupadas pela ganância dos invasores, madeireiros, pseudo fazendeiros, que querem, sob alegações espúrias, o pouco que restou, a eles, os donos originais de uma outrora grande nação que sabia viver com mais intensidade a Terra, a Vida mesmo, mais do que aqueles que levam a sério ocultar-se em uma pseudo rivalidade de um jogo comercial, e choram, de lágrimas, uma derrota.
Estou amarga, sim. Hoje eu vi num jornal da TV um "Indio" do Brasil beijando a mão do Papa. Pretendia chamar a atenção do mundo para o que ocorre em uma das poucas áreas que lhes resta para terem a ilusão de não estarem confinados,tutelados, prisioneiros que se tornaram por terem cometido o crime de viverem, amarem e respeitarem a mãe Terra, a terra onde nasceram e onde nasceram e morreram seus ancestrais... Um "Indio" da reserva Raposa Serra do Sol, um "indio" capaz de dar a outra face, como propôs o Cristo, àqueles que em nome do mesmo Cristo foram os primeiros a tirar-lhes as terras, a cultura, a vida e a dignidade.
Nós, choramos a derrota da "representação nacional".

terça-feira, 1 de julho de 2008

SE

( Uma poesia e uma oração )

Se
(Professor Hermógenes - )


Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento,

Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito...

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...

Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

Aprendizagem

Agora que supero parte do preconceito contra "a máquina" descubro que mesmo ela traz em si, ou para utilização dos recursos que disponibiliza, lições que ultrapassam o simples domínio de uma técnica. Traz na interação humano-máquina reflexos das dificuldades que "o" humano em interação carrega na sua existência. No meu caso trata-se de trabalhar a impaciência, que me faz clicar e clicar para resultados imediatos e produz uma imobilidade total. Trava tudo! Ou então publica, de repente, duas tres vezes, ou deleta além do pretendido. Isto está fazendo com que eu conte até tres... ou dez, ou quanto for necessário. Eu que sofro com a síndrome do coelho da Alice, e que produzi estresses nos filhos, com minha dificuldade, mesmo quando tentava controlar e eles sábios que são, notavam as mudanças do ritmo da respiração, olhares (des)velados. Bem, a êles já pedi perdão muitas e muitas vêzes, quanto a mim, quero uma máquina instantânea, quero o mundo no meu ritmo, quero aprender depressa, depressa! A vida é curta, mesmo o tempo bem administrado é insuficiente e a real questão não é da pressa, mas de adaptação aos ritmos e não de fazer com que tudo e todos adaptem-se ao MEU.

Seguidores